O comércio de Belo Horizonte enfim vê entreaberta a porta para uma retomada de suas atividades. Não houve decisão definitiva na reunião de mais de duas horas realizada ontem com o Executivo municipal, mas a imagem de “uma luz no fim do túnel”, evocada pelo prefeito Alexandre Kalil, coincide com os sinais de otimismo cauteloso em relação ao anúncio que deverá ser feito hoje pelos secretários municipais.

Os mais de 130 dias de atividades suspensas deixaram marcas profundas. Foram fechados aproximadamente 11 mil estabelecimentos, e pelo menos 20 mil empregados perderam o emprego na capital. No Estado, a queda de arrecadação de ICMS superou os R$ 4 bilhões – pelo menos um terço desse valor decorrente da paralisação das atividades comerciais.

Mais de 70 vias estão sendo mapeadas na capital para fechamento, possibilitando a bares e restaurantes servirem os clientes presencialmente e de forma segura, de acordo com os protocolos sugeridos. No interior do Estado, mais de 300 cidades também reabrirão os estabelecimentos alimentícios de forma controlada a partir do dia 6 de agosto.

Apesar das fortes perdas com o isolamento e da escassez de crédito financeiro, o comércio ainda se conseguiu preservar alguma capacidade de resistência e gerar 312 vagas de trabalho no Estado no mês de junho, segundo levantamento divulgado ontem pela Fundação João Pinheiro.

E, não se deve ignorar: nesta semana, pôde-se comemorar o registro de um dia sem mortes pela pandemia.

Ainda que essas informações representem apenas uma fresta de luz, é importante que ela exista e ilumine o caminho para uma recuperação econômica segura e sustentável.